Um vento, não sei de onde De assombro, me deixa mal Esvoaça uma ponte-suela Gacha a orelha o meu bagual Se ergue num redemoinho Abrindo sulcos no macegal Não fosse a graxa das corda' Ganhava o lombo do pajonal Não fosse um par de estrelas Com lumes de pêlo e sal Não fosse um mango descendo Qual raio num temporal O galpão dos meus invernos Meu altar de picumãs Garante o meu garrerio' Pra inventar navegações E se as penas me costeiam Em algum semblante cinzento Adelgaço curunilhas Neste meu templo moreno Campeiro, alma de vento Mansidão de madrugadas Feitiço de algum palheiro Índias prosas de fumaça Não fosse um par de estrelas Com lumes de pêlo e sal Não fosse um mango descendo Qual raio num temporal O galpão dos meus invernos Meu altar de picumãs Garante o meu garrerio' Pra inventar navegações Não fosse um par de estrelas Com lumes de pêlo e sal Não fosse um mango descendo Qual raio num temporal O galpão dos meus invernos Meu altar de picumã Garante o meu garrerio' Pra inventar navegações